segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

XIX

     Aurora mal... Aurora maldi... Aurora. Em que cada traço uma vez trazido à vista pede para ser dito. Aqui à nossa frente, aqui para que toda a gente veja. Aurora aqui mostrando ligeiramente os tornozelos. Aurora, agora que tudo parecia já feito e embalado, pronto... outra vez.

     Ergue-te, responde ao dia. Diz... diz? O quê? Diz. 

     E toda essa imensidão um pedido. Uma resposta, mais uma a esse dia, como se fosse dia e a resposta não se perdesse no eco nocturno. 

     Toca... não!... assim... sim sim sim sim im im... 

     Porque a pele já não é a nossa pele e tudo é pequeno, mirrado escama à mínima pressão. Sem sangue, sem dor. Irreconhecível. Porque agora tudo é plástico e estica, é pele como se a fosse. 

     Novo dia, na Aurora balbucias qualquer coisa como se fosse... história, como se fosse finalmente isso, como se fosse para o final. Fin 

     Nesta terra já ninguém se lembra como tudo é aceite, como tudo verdadeiramente se aposta; joga como se fosse a sério.